Letra e Música: Pe. Zezinho
Ô ô ô ô ô ô
ô ô ô ô ô ô.
1. Das muitas coisas do meu tempo de criança,
guardo vivo na lembrança o aconchego de meu lar.
No fim da tarde quando tudo se aquietava,
a família se ajuntava lá no alpendre a conversar;
meus pais não tinham nem escola e nem dinheiro,
todo dia o ano inteiro trabalhavam sem parar.
Faltava tudo, mas a gente nem ligava,
o importante não faltava: seu sorriso, seu olhar.
Ô ô ô ô ô ô
ô ô ô ô ô ô.
2. Eu tantas vezes vi meu pai chegar cansado,
mas aquilo era sagrado, um por um ele afagava
e perguntava quem fizera estripulia
e mamãe nos defendia e tudo aos poucos se ajeitava.
O sol se punha, a viola alguém trazia,
todo mundo então pedia pro papai cantar com a gente.
Desafinado, meio rouco e voz cansada,
ele cantava mil toadas, seu olhar no sol poente.
Ô ô ô ô ô ô
ô ô ô ô ô ô.
3. Passou o tempo e hoje eu vejo a maravilha
de se ter uma família quando tantos não a tem.
Agora falam do desquite ou do divórcio,
o amor virou consórcio, compromisso de ninguém.
Há tantos filhos, que bem mais do que um palácio,
gostariam de um abraço e do carinho entre seus pais.
Se os pais amassem, o divórcio não viria,
chame a isso de utopia, eu a isso chamo paz.
Áudio | Partitura